Autor: Mariana Moura Relvas, Catarina Lopes, Felicidade Malheiro
Última atualização: 2018/12/11
Palavras-chave: Saúde oral, Higiene oral, Idoso, Geriatria
ResumoA saúde oral define-se como um estado de bem-estar com a ausência de doenças orais ou perturbações da capacidade de mastigar, sorrir e falar. |
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A saúde oral define-se como um estado de bem-estar compatível com a ausência de doenças orais ou perturbações da capacidade de mastigar, sorrir e falar, sendo considerada uma parte integrante da saúde geral.
Nos idosos, há uma maior fragilidade oral, com maior propensão para perdas dentárias, doença periodontal e cáries. O impacto negativo das fracas condições orais na qualidade de vida é um problema de Saúde Pública, sendo que uma das metas propostas para 2000 referia que 50% das pessoas idosas deveriam apresentar pelo menos 20 peças dentárias em condições funcionais.
No último inquérito nacional de saúde de 2014, mais de 1/5 da população com 65 ou mais anos referiu que a última consulta com Médico Dentista foi motivada pela necessidade de extracção de um dente e cerca de 17% necessitou de uma prótese dentária.
Os problemas mais comuns são: perda dentária, cáries, doença periodontal (das gengivas), alterações da mastigação, desgaste dos dentes, cancro oral e xerostomia (sensação de boca seca). Outras alterações são o aparecimento de mucosas sensíveis e finas, alteração da cor dos dentes e diminuição do paladar.
A falta de dentes deve-se à progressão da cárie dentária e das doenças periodontais, se não forem tratadas ao longo da vida. A cárie dentária leva à destruição dos dentes e a progressão das doenças periodontais leva à destruição dos tecidos de suporte dos dentes. Estas doenças têm como factor comum a placa bacteriana (formada por bactérias, saliva e restos alimentares), que adere aos dentes. Se não for removida, transforma-se em tártaro duro e danifica as gengivas e o suporte dos dentes, provocando dor. Com o avançar da idade, os dentes sofrem alterações de cor, ficando mais amarelados ou acastanhados, ou apresentam maiores zonas expostas por retração gengival. A toma de medicamentos (por exemplo para a tensão arterial ou depressão) também tem efeitos na saúde oral, como diminuição do fluxo salivar, perdendo a ação de proteção.
A perda de dentes tem consequências a nível físico e emocional. Como a capacidade de mastigação se encontra reduzida, a escolha de alimentos torna-se pobre, havendo maior risco de défices nutricionais e aparecimento de outras doenças. A falta de dentes dificulta a comunicação, com mais isolamento social e que pode levar à depressão.
A perda de dentes devido a doenças orais não é uma consequência inevitável do envelhecimento. As práticas adequadas de higiene oral contribuem para a manutenção dos dentes durante toda a vida:
Se for beneficiário do Complemento Solidário para Idosos, tem direito a comparticipação para a aquisição e reparação de próteses dentárias removíveis, em 75% da despesa, até ao limite de 250€ por cada período de três anos, efectuado pelo Instituto da Segurança Social. Para ter direito ao reembolso, apresente a declaração emitida pela Segurança Social que comprova o direito ao Complemento e entregue no Centro de Saúde o pedido no prazo de 180 dias após a realização da despesa, anexando a cópia da requisição da prótese e recibo.
É possível aceder de forma gratuita a consultas de Médico Dentista/Estomatologista, através de cheque-dentista emitido pelo Médico de Família, podendo escolher o prestador numa lista de profissionais aderentes e agendar a consulta.
A saúde oral no idoso é muitas vezes desvalorizada. Os problemas orais interferem com a qualidade de vida, pelo que se devem recomendar medidas de higiene e oferecer tratamentos regulares.