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* [http://www.spginecologia.pt/uploads/CONSENSO_LivroEndometriose_2015.pdf Sociedade Portuguesa de Ginecologia. Consenso Sobre Endometriose. 2015, mar 13-14. Penela, Portugal] | * [http://www.spginecologia.pt/uploads/CONSENSO_LivroEndometriose_2015.pdf Sociedade Portuguesa de Ginecologia. Consenso Sobre Endometriose. 2015, mar 13-14. Penela, Portugal] | ||
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Autor: Sara Matos
Última atualização: 2016/11/30
Palavras-chave: Endometriose; Dor pélvica; Endometrioma; Dispareunia
A endometriose é uma patologia ginecológica comum e benigna que se carateriza pela presença de tecido uterino noutros locais do corpo, e que se pode associar a manifestações incapacitantes com grande impacto na qualidade de vida.
É importante conhecer esta entidade, assim como os métodos de diagnóstico mais adequados e quais os tratamentos disponíveis. A escolha da melhor terapêutica depende dos sintomas, extensão da doença, idade, efeitos laterais e desejo reprodutivo.
A endometriose é uma doença ginecológica comum, crónica e benigna. Carateriza-se pela presença de tecido endometrial (camada interna do útero) em locais extrauterinos – principalmente na região pélvica. Pode associar-se a manifestações incapacitantes e variadas mas pode também ocorrer sem quaisquer sintomas.
A endometriose ocorre geralmente em mulheres em idade fértil, pois associa-se aos esteróides produzidos pelo ovário. É rara antes da primeira menstruação e após a menopausa (sem terapêutica hormonal de substituição). A sua prevalência real é desconhecida.
Há um menor risco de desenvolver esta doença se:
Há um maior risco no caso de:
A sua verdadeira causa é desconhecida, existindo atualmente várias teorias, que envolvem alterações dos mecanismos de defesa do organismo e fatores genéticos associados.
Há três apresentações clínicas:
No entanto, qualquer local do organismo pode ser afetado, e a maioria das doentes é afetada em múltiplas áreas.
A intensidade dos sinais e sintomas não se associa necessariamente à gravidade da doença. Incluem:
Pode também ser apenas um achado incidental durante a realização de uma ecografia pélvica ou cirurgia.
A ecografia pélvica é o exame de primeira linha, permitindo observar as lesões em alguns casos. A ressonância magnética poderá ter utilidade se houver evidência de endometriose profundamente infiltrante.
O diagnóstico definitivo é feito através de biópsia, mas a visualização de lesões durante uma cirurgia (aberta ou por via laparoscópica) pode ser suficiente.
Mesmo sem a confirmação do diagnóstico, analgésicos e os contracetivos orais podem ajudar a melhorar os sintomas.
A escolha da terapêutica depende da sintomatologia, extensão da doença, idade, desejo reprodutivo e efeitos laterais:
Os fármacos não melhoram a fertilidade, não diminuem o tamanho dos endometriomas (ao contrário da cirurgia) e não tratam complicações de endometriose profunda.
A cirurgia está associada a complicações (como infeção, lesão de nervos ou órgãos e formação de aderências) e pode haver recorrência das lesões, mas pode proporcionar uma melhoria ainda que modesta na fertilidade. Pode ser conservadora (preservando-se o útero e o máximo de ovário possível) ou definitiva, e realizada por via laparoscópica (com risco de recorrência de 40% ao fim de 10 anos) ou por laparotomia (“barriga aberta”).
Suplementos, terapêuticas alternativas e ablação nervosa não estão indicados pois não há evidência da sua eficácia nesta patologia.
A endometriose é uma situação benigna, mas pode ter manifestações incapacitantes. Existem várias terapêuticas disponíveis, farmacológicas e cirúrgicas, para alívio sintomático, melhoria da fertilidade, e consequente benefício para a qualidade de vida.